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A Canção de Lisboa: Como é bom gostar do Cinema Português

Depois do Pátio das Cantigas e do Leão da Estrela, chega-nos a Canção de Lisboa, que termina a série de três remakes de filmes portugueses do século XX. E meus amigos, que final perfeito este. Divertida e bem construída, uma comédia romântica que transcende completamente o seu género.


O filme conta a história de Vasco Leitão, um aspirante a médico que não consegue terminar o curso (talvez por estar demasiado ocupado com as mulheres). Este arranja uma forma de mentir às tias, que julgam que o sobrinho já está formado e tem um consultório, inventando uma vida que na verdade não tem. Mas não será este o seu único problema. Com o aparecimento de Alice, Vasco vê a sua vida complicar-se, com esta mulher que lhe vai dar a volta à cabeça.



O humor inteligente e a qualidade do elenco (do qual se destaca César Mourão, Luana Martau e Miguel Guilherme) são um contributo pesado nesta história bem conseguida que só serve para nos fazer ter orgulho do cinema nacional, que ultimamente tem sido intensamente criticado. É isto que se pede de um filme português, onde há mais espaço para elogios do que o contrário.


A Canção de Lisboa é muito mais que este romance que se vai desenrolando entre as duas personagens centrais, e aborda outros temas bastante interessantes, tais como a relação lésbica e extremamente funcional entre as tias, a tentativa de reaproximação de um pai com a sua filha, ao amigo gay que insiste em não se assumir como tal, e às mensagens subliminares deixadas sobre um primeiro-ministro ideal que não tem medo de chorar perante a nação. A brilhante construção das personagens aliada à simplicidade do guião com uns quantos palavrões bem metidos pelo meio, prova que não é com exagero que se brilha mais, e tudo se junta para fazer deste filme um verdadeiro sucesso.


No entanto, é injusto falar da Canção de Lisboa e não mencionar os outros dois filmes que também foram recriados. Apesar da história dos três não se cruzar em nenhum ponto, também o Pátio das Cantigas e o Leão da Estrela foram boas apostas.


Por fim, acredito que este será (tal como os outros dois remakes), um alvo de comentários negativos pelos críticos, mas tenho a certeza de que Camões está orgulhoso.


P.S: Abaixo deixo-vos a música original do filme, “Será Amor?”, interpretada por César Mourão e Luana Martau e escrita por Miguel Araújo.


Nota do Camões: 7/10.




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