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O desaparecimento do “10”

Cada vez mais nos dias de hoje, o futebol ao mais alto nível vai-se transformando num desporto mais físico e tático. Com isto, um jogador que seja mais “franzino” não é visto da mesma forma que um jogador que seja robusto fisicamente e que tenha capacidade física para aguentar as diversas fases do jogo com a mesma intensidade, sendo que, também se vai dando mais privilégio à intensidade do que ao talento puro. Com isto, o futebol arrisca-se a perder os génios e a trocá-los por atletas cujo jogo se deve mais à sua capacidade física. Concluímos que esses fatores levaram à extinção do clássico “número 10”.


O “número 10” era aquele clássico jogador que participava de forma pouco ativa na organização defensiva, mas que no momento em que a equipa recuperava a bola e transitava para o ataque, ele aparecia no jogo e fazia a diferença com qualidade técnica acima da média e visão de jogo.


Nos dias de hoje, Lionel Messi é possivelmente o que resta dessa função. Um jogador que não participa na organização defensiva da equipa e que quando a equipa tem bola, dá soluções diversas, sendo um jogador forte no drible e no remate a curta e longa distância. É também um tipo de jogador forte na ocupação de espaços quando a equipa está em posse e também no passe, recorrendo a uma visão de jogo muito acima da média e capacidade de pensar e executar com uma velocidade diferente de todos os outros jogadores.


Nos últimos 30 anos, nomes como Zidane, Maradona, Michael Laudrup, Deco, Hagi, Nedved, Rui Costa, Ronaldinho ou Riquelme brilharam nessa função ao serviço dos respetivos clubes e seleções e abrilhantaram os grandes relvados do futebol mundial com o seu futebol.


Atualmente no futebol, o espaço e tempo para tomada de decisão de um jogador é cada vez mais reduzido e o jogo em si é mais intenso, sendo que o espaço entrelinhas em que estes artistas normalmente faziam a diferença, é mais reduzido e povoado por adversários. Com isto, os jogadores com características semelhantes ao clássico 10, são “recambiados” para um flanco, onde normalmente há mais espaço para o 1x1 (caso do Eden Hazard, Isco, Di Maria, Bernardo Silva…), ou para a posição de 8 caso tenham agressividade sem bola no processo defensivo (como o Modric, Pjanic, Rakitic, Kevin De Bruyne…).


Se fizermos uma retrospetiva entre o passado e o presente, será que os clássicos "10" nos dias de hoje conseguiriam mostrar o mesmo rendimento e ter a mesma influência no panorama do futebol mundial? Fica aqui a questão.

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