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O “desaparecimento” de Madeleine McCann

Estes últimos dias têm sido de extrema importância para a nossa sociedade. Recentemente, temos abordado assuntos como o impasse no Brexit, a cláusula de rescisão de João Félix (que por esta altura já deve rondar os 700 milhões de euros), e o fim precoce do reality show da TVI. O tema que patrocina esta minha aparição no Camões nada tem de atual, no entanto, por mais antigo que seja, ainda há quem faça dinheiro à conta do mesmo.


Falamos de Madeleine McCann, a menina inglesa que desapareceu na Praia da Luz no dia três de maio de 2007. Na semana passada, a Netflix lançou um documentário sobre este caso, em que várias pessoas explicaram o seu envolvimento nos dias que se sucederam, tentando arranjar explicação para algo que nunca teve,nem terá nada de concreto.


A história é conhecida de todos: trata-se do caso mais famoso de sempre, no que toca a crianças desaparecidas. Por isso, vamos deixar o conhecido de lado, e vamos centrar as nossas atenções na série (se assim me permitirem apelidar). Não se preocupem, não haverão grandes spoilers, afinal, já sabemos que a menina não aparece no fim, para a infelicidade de todos.


Em primeiro lugar, permitam-me mostrar o meu patriotismo e indignação. Não sei se os produtores desta série terão alguma coisa contra o nosso país, pois a sensação com que fico é essa mesmo. A ideia que passam de Portugal, da nossa população e, principalmente, das nossas autoridades é anedótica. Aos olhos de quem não conhece a nossa realidade, acha tudo aquilo surreal, já que se acaba por culpabilizar, inevitavelmente, os órgãos (portugueses) que geriram as investigações.


Confesso que o meu amor por Portugal é forte e, talvez por isso, não estivesse tão receptivo a algumas críticas que os ingleses nos apontaram. Quando soube que em Inglaterra é consensual e razoável abandonar bebés em casa enquanto os pais se divertem em restaurantes com amigos, entendi que um crime com estes contornos só poderia ocorrer num país tão pouco evoluído como o nosso, ao fim de contas, esse hábito ainda é primitivo cá.


Ao longo de cada episódio, todo o ódio destilado a Gonçalo Amaral é lamentável. Há muito que as afirmações do ex-inspetor da Polícia Judiciária causam incómodo, tanto aos pais de Maddie, como ao próprio Reino Unido, por isso, não seria de esperar outro desfecho, mesmo com todos os indícios e contradições que apontam Kate e Gerry McCann como partes influentes no desaparecimento da filha.


Para quem pensava que este era apenas um documentário acerca de Madeleine, enganou-se. Também o caso de Joana Cipriano é trazido à tona pelos “especialistas” em buscas de crianças desaparecidas. Estes dotados no salvamento de desaparecidos afirmam que há a possibilidade de Joana não ter sido morta pela mãe e pelo tio, mas sim raptada pela mesma pessoa que raptou Maddie, face à semelhança do crime, das vítimas e da proximidade geográfica.


Caro leitor que não assistiu à série, neste momento deverá estar a deparar-se, interiormente, com uma questão, correto? – “Não tinha sido a mãe (Leonor Cipriano) a matar a filha com ajuda do irmão, dando, de seguida, o cadáver aos porcos?”. A resposta a esta questão é negativa. Segundo os “especialistas”, Leonor admitiu o crime após ter sido espancada e, por isso, obrigada a fazê-lo, com o aval de quem? … Gonçalo Amaral!


Por fim, nem tudo é um ataque cerrado aos portugueses e a Gonçalo Amaral. Em suma, é uma série que consegue manter o espectador atento ao desenrolar de um caso bem conhecido por todos. Embora digam 10 ou 20 vezes qual é a distância do apartamento dos McCann ao restaurante onde se encontravam, quando se dá o crime, o documentário é sedutor e apelativo.



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