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VAR: passo certo com os pés trocados



Ao longo dos anos, o futebol foi evoluindo em diversos aspetos, quer no que toca a leis do jogo, quer no que toca ao jogo em si. Na última década, um dos aspetos que se tem batalhado muito é com um reforço na vigilância do jogo em si, para evitar situações polémicas e erros de arbitragens.


O primeiro processo evolutivo da década foi dado quando na Supertaça Europeia de 2010, no jogo entre Inter de Milão e Atlético de Madrid, com a implementação do árbitro de baliza. Esta medida era com o intuito de haver maior vigilância sobre os acontecimentos dentro da área. Mais tarde, a tecnologia de linha de golo, digirida para as dúvidas em relação à entrad

a (ou não) da bola na baliza serem dissipadas, também foi incutida em algumas competições. Por último, surgiu o mais polémico e recente auxiliar de arbitragem, o vídeo-arbitro.


A implementação do Video Assistant Referee (VAR) no futebol tinha tudo para dar certo, jaá que iria haver uma outra visão, de fora das quatro linhas, para ajudar o juiz do encontro a esclarecer qualquer dúvida e alertar sobre acontecimentos-chave que passavam ao lado do mesmo. Mas não deu. Desde a introdução do VAR no panorama do futebol de alto rendimento que as polémicas, se alguma coisa, aumentaram.


Desde golos anulados/invalidados absurdos a que qualquer telespectador consegue apontar o dedo, até chegarmos a factores que vêm associados a esta “nova tecnologia” e prejudicam o normal decorrer de uma partida de futebol. Falo, por exemplo, das várias quebras de ritmo de jogo, fruto do tempo (que parece uma eternidade) dispendido na consulta do árbitro. Falo também das faltas de profissionalismo, como é disso exemplo o jogo entre Real Valladolid e Real Madrid, no campeonato espanhol, em que não estava ninguém na sala do VAR. Insólito, no mínimo.


Em Portugal, a implementação do VAR tem sido também algo irregular, contestada por uma maioria de adeptos e pessoas ligadas ao futebol. Várias decisões polémicas nos últimos tempos vão incendiando guerras clubísticas e abrindo a porta a teorias de conspiração acerca da credibilidade do VAR. Lances polémicos dentro de área, agressões em que o VAR falha em informar o árbitro principal, consultas de lances que são decididos polemicamente... muita coisa tem acontecido e minado o futebol, surgindo com isso também opiniões acerca de corrupção ou parcialidade de critérios.


Cada vez mais, questiona-se se o VAR é benéfico no futebol. Pessoalmente, acho que o é, mas que é usado de forma errada. Comparando com o passado, não tão distante, há que notar que é um luxo que um árbitro tenha acesso a imagens de vídeo para analisar lances.


O problema é que tem de haver maior atividade por parte de quem acede às filmagens para que não se quebre tanto o ritmo de jogo, primeiramente. A comunicação entre árbitro e VAR tem de ser mais concreta e concisa, para não haver o risco de um jogo de futebol estar um minuto (ou mais) parado só com o árbitro em comunicação com a restante equipa e só depois se proceder consultar imagens. As outras questões, infelizmente, partem da imperfeição do ser humano. Polémicas, se calhar, existirão sempre, haja ou não assistência em vídeo.


A questão que fica é: será que algum dia o VAR pode contribuir para que um jogo de futebol possa roçar a perfeição no que toca a cumprimentos de leis? Ou irá o futebol continuar a ser um desporto minado pela tendência e, assim, uma guerra sem armas?

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