#1- Éder: O Herói Improvável

O patinho feio tornou-se bonito, nessa noite quente e memorável de 10 de Julho de 2016, a noite em que 11 milhões de portugueses se tornaram pela primeira vez na sua história campeões europeus.

Nasceu em Bissau mas já é considerado o herói dos portugueses. Dono de uma humildade e tranquilidade invejáveis, Éderzito António Macedo Lopes não teve uma infância fácil, e fácil também não tem sido a sua vida de adulto.

Criticado pela maioria, o avançado português não tem tido o caminho facilitado. Desde a estadia num colégio e afastado dos pais em criança, às lesões graves que sofreu no Braga, e até mesmo as críticas de que foi alvo até ao momento do golo da final frente à seleção francesa. A verdade, é que todos lhe devemos um pedido de desculpas.

Pensou em desistir do futebol, até se ter cruzado com Susana Torres, a mental coach que apareceu por acaso na sua vida, sem saber como a mudaria. Esta revela apenas ter entregue todas as ferramentas necessárias para que o avançado pudesse conquistar todos os seus objetivos, e em 6 meses, Éder chegava à Premier League, vindo do Braga, para jogar no Swansea.

No Euro 2016 jogou pouco mas foi decisivo. Quis vingar Ronaldo, e garantiu a Fernando Santos que marcaria o golo da vitória, e foi isso que fez. Saltou do banco aos 79 minutos de jogo, para marcar o golo que nos permitiu sentir algo completamente novo. Em miúdo, trocava golos por costeletas, e aos 28 anos trocou um golo pela felicidade de uma nação inteira.

O héroi foi no fim o que verdadeiramente o mereceria ser. Quem melhor para uma chapada de luva branca, do que aquele que curiosamente usa uma luva branca na caneleira em cada jogo? Quem melhor para nos tornar campeões do que aquele de quem quase todos duvidaram? Quem melhor para se tornar herói nacional do que aquele de quem ninguém suspeitava?

Éder é assim o primeiro Conquistador de Saint Denis. Camões agradece.