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#PrayForNice? A rezar seria pelo mundo todo

  • Mauro Salgueiro Delca
  • 18 de jul. de 2016
  • 2 min de leitura

Não quero ser polémico. Vou contextualizar. Às 22:30 do dia 14 de Julho, um camião acelerou por dois quilómetros na Promenade des Anglais, a avenida marginal da cidade de Nice, em França, durante a comemoração do Dia da Bastilha.


Um total de 84 vítimas mortais foram confirmadas até à data da redação deste artigo e a elas juntam-se 202 feridos. Mohamed Bouhlel, assim era o nome do terrorista (para mim, alguém que faz isto é um terrorista, mesmo que não haja certezas de que as intenções do perpetrador se enquadrem na definição de “terrorismo”) e parecia que nem sequer seguia regras do Islão e até foi identificado por um familiar como não sendo religioso. Finalmente, há que dizer que o Daesh (Estado Islâmico) reivindicou a autoria do atentado, mas ainda há dúvidas quanto a isso.


Ora agora eu explico o meu ponto de vista. Eu lamento situações como estas. Nunca fui a favor do terrorismo nem nunca serei. Acho que todo o ser humano tem direito a celebrar um dia nacional, a ir a uma discoteca, a um concerto, a trabalhar num jornal sem ser vítima de um ataque terrorista. Assim sendo, lamentei o ataque de Nice, lamentei o ataque em Orlando, lamentei o ataque no Bataclan e lamento o ataque na redação do Charlie Hebdo (ainda que, neste caso, com 1001 reticências. Adoraria escrever um artigo sobre isto, mas iam-me chamar de besta, penso eu).


Lamento tudo isso, mas também lamento todos os outros ataques que ocorrem diariamente na Síria, no Iraque, na Turquia... tudo pelas mãos da ISIS. Acreditem, são bem mais as mortes a resultarem desses ataques quase diários do que as que resultam de ataques esporádicos no ocidente.


Importar-nos somente com o que se passa em França, na Bélgica, nos Estados Unidos da América e com o que poderá acontecer em Portugal faz de nós egoístas. Faz com que, pelo menos na minha cabeça, seja obrigado a atribuir a quem entra nesse jogo um rótulo de “solidário seletivo” que se importa apenas com o “Ai credo, eles estão a chegar!” e que nos casos mais ridículos só fingem importar-se para conseguir ordenhar uns “likes” no facebook.


Pegando em nós portugueses: há uma semana víamos os franceses como uns “porcos nojentos” que derrotámos na final do Euro e apenas quatro dias depois tínhamos uma solidariedade fora do normal para com eles. Há que ser coerentes, mas não fomos muito.


Finalmente, eu acredito não ser uma besta por pensar assim. Acho que devemos combater a ISIS para não se passarem mais situações destas ou pelo menos para serem de menor número. Mas que sejam minoradas tanto em Nice e Bruxelas como em Bagdade e Tikrit. A ISIS devia ser combatida não por ter chegado ao ocidente, mas principalmente por ter feito mossa na sua zona de influência. Tudo é lamentável. Não só o que nos toca.


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