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#5- Ricardo Quaresma: O literal 12º jogador

14 de Junho - vs. Islândia: entra aos 76 minutos;

18 de Junho - vs. Áustria: titular;

22 de Junho - vs. Hungria: entra aos 61 minutos - assiste aos 62;

25 de Junho - vs. Croácia: entra aos 87 minutos - marca aos 117;

30 de Junho - vs. Polónia: entra aos 80 minutos;

6 de Julho - vs. País de Gales: entra aos 86 minutos;

10 de Julho - vs. França: entra aos 25 minutos.


“Sobre quem queres fazer a tua crónica?”, perguntaram-me. Respondi: “Ricardo Quaresma.” E porquê considerar um jogador que em sete jogos foi suplente em seis como um jogador preponderante para o percurso da nossa seleção no Euro 2016? A minha resposta é dada de forma muito simples: é este o tipo de jogador que me faz amar o futebol como a nenhum outro desporto.


Muita vez ao longo da carreira de Ricardo Quaresma o critiquei. E como não? Trata-se, perdoe-me Ronaldo, Figo e outros mais, da maior promessa de sempre da academia leonina e do futebol português. Quaresma tinha tudo para ser o melhor jogador português desta geração quando, apenas com 19 anos ruma ao Barcelona depois de duas épocas de luxo na última grande equipa do Sporting Clube de Portugal. Quebras de forma e decisões mal tomadas fizeram com que Quaresma fosse apenas um jogador de grande nível e que as suas épocas mais memoráveis tenham mesmo sido em Portugal, pelo Porto e pelo Sporting e na Turquia pelo Besiktas. No fundo, uma má gerência de carreira. “Falta de cabeça” como se diz entre treinadores de bancada.


Porém, Quaresma é simplesmente um mágico com a bola nos pés. A sua técnica é impressionante; o jeito como ele trata a bola nos seus dias, tal e qual como um romântico trata a esposa; a forma como ele, com a parte de fora do pé, com uma trivela, coloca a bola onde quer é desnorteante para qualquer amante de futebol. Lembrar-me-hei para sempre de golos de Quaresma, ainda enquanto promessa, por exemplo. Um de trivela pelo Porto frente ao Benfica... e eu enquanto benfiquista limitei-me a exclamar: “que golo!” quando deveria ter soltado “alhos e bogalhos” pelo feito do menino; um da mesma forma frente à Bélgica num jogo em que demos 4-0 na qualificação para o Euro 2008.


E eu critiquei a convocatória de Ricardo Quaresma para o Euro 2016. Admito-o. Critiquei-a por saber que Quaresma é, ou pelo menos mostra ser, um daqueles jogadores que joga “quando quer” (também como diz um treinador de bancada). Felizmente ele quis. Cada vez que entrava era decisivo por dar fluidez ao ataque e uma dose extra de garra à seleção de todos nós. Foi decisivo a dar-nos um ponto frente à Hungria (sem o qual não nos qualificaríamos para os oitavos) com um cruzamento guiado a GPS para a cabeça de Ronaldo e foi decisivo a colocar-nos nos quartos no jogo (para mim) mais stressante da campanha, frente à Croácia.


Quaresma é um daqueles jogadores que me dá raiva, mas que me faz amar o futebol, por tudo o que oferece ao desporto rei nos seus dias.


Se Camões reescrevesse “Os Lusíadas”, talvez dedicasse um canto inteiro à conquista de Lens aos croatas, no 117º minuto.



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