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Portugal está em chamas

Há um mês, Portugal estava em festa. Nunca na história do futebol a seleção nacional tinha vencido um Campeonato da Europa. A partir daquele momento, os craques do futebol eram os maiores heróis de um povo que se sentia cumprido com tamanha vitória. Exatamente um mês depois, toda a festa deu agora lugar a um inferno que se faz sentir de Norte a Sul de Portugal Continental e no Arquipélago da Madeira. Os incêndios florestais que tinham atingido mínimos históricos até ao fim do mês de Julho, comparativamente a outros anos, chegou agora neste mês de Agosto, de forma abrupta e devastadora.


107 incêndios ativos por todo o país e 2764 bombeiros no terreno para lutar contra a derrota mais pesada que Portugal sofre nos últimos tempos. Mas não é só na vitória que existem heróis. Aliás, “as batalhas e as pancadas das vidas é que nos tornam mestres“ e estes milhares de bombeiros sabem o que isto significa. São a estes heróis que devemos agora dar toda a nossa atenção, sem que se façam comparações inúteis a quem deve ou não ser tratado por tal conceito.


Herói é todo aquele “que se destaca por um ato de extraordinária coragem, valentia, força de carácter, ou outra qualidade considerada notável“. Esta coragem pode ser visível tanto num engenheiro como num desportista ou ainda num médico ou num bombeiro. Para isso é necessário que o mesmo tenho dado um contributo importante de modo a atingir um bem comum, relevante para grande parte, ou mesmo toda a população de um país, região ou local, tendo sido distinguido pela sua participação e/ou colaboração nessa finalidade. É preciso que se dê a devida atenção a um herói, tanto no momento da sua ação como nos tempos seguintes ao acontecimento. E hoje são estes bombeiros os notáveis portugueses a quem devemos prestar a nossa sincera homenagem.


No meio do inferno e do lume que teimam em não abrandar no nosso país, orgulho-me de saber que num país de 10 milhões de pessoas, tenho neste momento 2764 valentes homens e mulheres a lutar por nós. São portugueses enormes. Mas entristece-me saber que existem heróis em Portugal a valer 1.82 € por hora. Um herói, seja de que área for, vale milhões. O heroísmo pode até não ter preço, mas tem um enorme valor que deveria ser respeitado pelos mais altos dirigentes dum estado. E se o Estado Português não pretende dar o valor que é certo a quem tanto faz pela nossa nação e que é herói pelas piores razões, então arranje forma de combater judicialmente, e não de forma propagandista, os causadores destes incêndios florestais, ou continuam a acreditar que 107 incêndios ativos em simultâneo num país de 92.212 km2 é culpa da mãe natureza?


O certo é que o Arquipélago da Madeira e algumas regiões em Portugal Continental têm vivido dias de calamidade, onde a destruição é o tema principal. É hora de investigar ao limite os culpados de tamanha monstruosidade. Defender Portugal é garantir a segurança de todos os que o rodeiam, e quem tem a capacidade de provocar tal tragédia, pense que está a matar um pouco da sua mãe, do seu pai, da família, dos amigos que nasceram e foram criados neste cantinho a ser atualmente destruído por essa mão criminosa, e que as próximas vezes que se ouça falar do trabalho dos bombeiros, seja pelo aumento dos seus salários e não pelo combate constante a incêndios premeditados. Quando algo tem impacto social num determinado espaço, revelam-se os heróis e escondem-se os cobardes. É a proeza dos grandes mestres.


Eu e o maior poeta português, Luís Vaz de Camões, teríamos decerto a mesma opinião no que diz respeito aos incêndios florestais. Não deixemos apenas que os cobardes se escondam e ninguém saiba deles. Os heróis lutam para vencer, os cobardes lutam para não aparecer. Façamos aparecer os culpados denunciando-os, e após isso, poderemos escondê-los na mais longínqua prisão para que não saibam que os heróis triunfaram e que Portugal é de novo um país limpo, sem inferno e chamas.

E não se esqueçam: Os incendiários também são terroristas!


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