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Uma viagem pelas paisagens sonoras do post-rock

  • João Seixo
  • 17 de ago. de 2016
  • 3 min de leitura

Para aqueles que me conhecem, sabem que sou um grande apreciador de instrumentais e daquilo que se apelida de Post-Rock. É um género bastante vasto no qual são raros os vocais mas todos os instrumentos trabalham em sintonia para criar harmonias e paisagens sonoras fora do habitual.


O que separa estas paisagens então do rock ou do metal tradicional é a forma como se aplicam os instrumentos. Nas guitarras encontramos um, até excessivo, certamente que não, uso de efeitos. Delay, chorus, reverb, loops, reverse delay, pitch shifters entre outros que até eu desconheço a sua utilidade. Esta é sobre vocês “God is an Astronaut”. Por outro lado encontramos bandas mais simplistas mas únicas na mesma. Os “If These Trees Could Talk”, cujo novo álbum “The Bones of a Dying World” está excecional, que no seu estilo aplicam apenas o uso de delay, reverb e pesadas distorções em leads e ritmos que só eles os têm.



Mas não fiquemos com a errónea ideia que só as guitarras é que importam. Sem o baixo a dar uma força paralela ao bass drum é verdade que bandas como Audrey Fall, If These Trees Could Talk, Rosetta, entre outras, não alcançavam metade da sua força e poder instrumental. E que seria do estilo sem a bateria? As construções rítmicas ou buildups como gosto de lhes chamar, são o que dão toda a evolução necessária para a música culminar no clímax que nos deixa a nós, fãs, completamente vidrados no som excessivamente alto dos auriculares enquanto viajamos por uma qualquer paisagem mental.


Agora um aspecto interessante de quem ouve Post-Rock é a sua versalidade e variação nos gostos. Muitos dos que começam com uma sonoridade mais leve: “God is na Astronaut”, “Explosions in the Sky”, etc, acabam por se juntar às fileiras do Post-Metal, Post-Hardcore e daí descabam para Blackgaze – nota, eu adoro Blackgaze, não me levem a mal - também conhecido por Shoegaze mas com influência do temido e sórdido Black Metal. Traduzindo em bandas: “Alcest” e “Les Discrets”. Embora “Alcest”, o projecto a solo de Neige, tenha-se afastado do seu estilo tradicional no penúltimo álbum “Shelter” e voltado a aproximar-se com o o próximo “Kodama” como deu para ver pela música “Oiseaux de Proie”.




Onde quero chegar com isto? É à simples conclusão que somos versáteis. Ouvimos de tudo. Conseguimos começar no neo-classical e acabar no Extreme Black Metal com tudo o que existe dentro do leque do Post-Rock.


Mas last but not least, Portugal também está representado neste mundo. As bandas mais notórias são “Before And After Science” cujo financiamento para o novo álbum “Relics & Cycles” esteve em crowdfunding no PPL e contou com grande apoio da plateia nacional do Post-Rock. Outro grande exemplo são os “First Breath After Coma”, os “Then They Flew” e por fim, embora numa som mais próprio, “Homem em Catarse”. Fora deste círculo mais forte do Post-Rock nacional, se nos dignarmos a procurar, poderemos também descobrir outros pequenos projectos cuja divulgação não está presente e acabam por ficar um bocado de lado, como é o caso de “Water-Lore”, onde já dediquei-me a três músicas.


Mas como este artigo não fica completo sem recomendações, cito aqui algumas bandas e as respetivas músicas que acho que valem a pena ser ouvidas:


  • God is an Astronaut – First Day of the Sun;

  • If These Trees Could Talk – One Sky Above Us;

  • Seas Of Years - Rely on Thermal Winds;

  • Homem em Catarse – Tempos Incertos, Momentos Dispersos;

  • Russian Circles – Ethel.


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