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O Novo Mártir

  • João Seixo
  • 11 de set. de 2016
  • 3 min de leitura

Esta tarde vi um dos filmes/documentários mais interessantes até agora. O “citizenfour”. Documentário gravado pela repórter Laura Poitras, seguida e monitorizada pelas entidades americanas, sobre as reuniões entre Edward Snowden e o jornalista Glenn Greenwald, uma pessoa a quem eu tenho grande estima pelo trabalho, em Hong Kong que culminaram na revelação de terríveis segredos sobre os programas de vigilância da NSA iniciados após o Patrioct Act, assinado pelo ex-presidente George W. Bush no acordar dos atentados de 11 de Setembro. E mais uma vez me apercebi da danosa situação que vivemos atualmente nesta realidade distópica. Mas também se acendeu o fogo da esperança, outra vez. Isto porque estou sempre consumido entre esta dualidade eterna. O fatalismo pela inevitabilidade de 1984 e a esperança na luta pela verdade e liberdade.


Certo porém é que agora ninguém apaga este fogo. A tática de intimidar os jornalistas e os whistleblowers está a ser contraproducente e cada vez mais nos erguemos e falamos. Falamos. Usamos a nossa liberdade de expressão. E que coisa assustadora é essa se repararmos, não é? Quantas vezes não nos dizem para não pormos as nossas visões no facebook que os nossos futuros empregadores irão ve-las? Mas afinal foi para isto que lutamos? Para sermos calados? Para perdermos a privacidade e a capacidade de impedirmos a tirania de acontecer? Tudo por medo de aparecer numa lista que conta com mais de 1,2 milhões de indivíduos de todo o mundo? Pois bem. Orgulhosamente farei parte dessa lista. Usem os backdoors e os trojan horses que quiserem para me espiar NSA. Eu estou aqui e eu estou a erguer a minha voz contra esta tirania. Eu, João Seixo, português, jovem, com esperança dum futuro estou aqui de braços abertos a escrever o que quero. A criticar o que quero. A afirmar as minhas visões porque posso, porque tenho esse direito e sobretudo porque devo! Porque é meu dever e dever de todos nós fazermos frente a estas injustiças.


A estas injustiças que envolvem desde milhares de drones a recolherem cada pesquisa que fazemos, isto é se não estão a matar pessoas só porque convém à grande potência. A recriar os nossos passos através dos nossos telemóveis, a retratar a nossa vida através da internet, dos computadores, dos cartões de crédito. Diachos, até a acusarem-nos de terrorismo nos aeroportos, como foi o caso do ativista David Miranda, ou nos nossos países tudo porque lutamos pelos direitos humanos, como foi o caso do ativista Tony Fullman. Isto porque lutamos por um modelo social e político que vise realmente os interesses de todos, não nos ameaçando transformar nesta sociedade maníaca pelo controlo e pela submissão a um Big Brother que aparenta protejer duma ameaça que vê mas deixa atuar. Oh sim. Porque todos estes ataques, tal como Benghazi em 2012 e outros tantos, já eram sabidos antes de acontecerem. É impossível com a quantidade de informação recolhida não se saber o paradeiro nem as ideias dos extremistas. Nunca antes em toda a história humana se recolher tanta informação sobre tudo como se faz agora. Surreal, completamente surreal, o que se faz pelo poder.


Por isso, mais uma vez saliento. Estou aqui, e estou a falar. Juntem-me a essa lista dos 1,2 milhões. E juntem-se a nós também, irmãos. Juntem-se a esta luta e usem as armas ao vosso dispor. Os blogs, os sites, os fóruns, as redes sociais, as manifestações, a arte. Usem tudo ao vosso dispor para continuar a lutar pela liberdade de expressão e pela possibilidade de podermos falar as nossas crenças, os nossos ideais, sem sermos silenciados nem termos medo de represálias. Era o que Camões diria nos nossos tempos, disso tenho a certeza, portanto façamos orgulhosos os nossos grandes antepassados.


Tornemo-nos no novo mártir deste terrível sistema. Aceitemos essa cruz que é procurar a verdade e com ela, libertarmo-nos das amarras da tirania.


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