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O que tem amar demais?

  • Madiu Furtado
  • 11 de set. de 2016
  • 2 min de leitura

Camões deve ter sido um homem passional, normalmente quem escreve com a alma é muito mais emocional do que racional, e uma mente brilhante nunca consegue conter os seus reais sentimentos.


É assim com escritores que extravasam tudo o que sentem nas personagens fictícias e histórias que não têm nada a ver com as suas vidas, embora, a essência doada nos livros e nos personagens seja do próprio autor. E assim é com mulheres de idade avançada, joviais e adolescentes.


Quando falo assim é, porque, conheci uma rapariga que amava demasiado, doava-se completamente no amor, na paixão, e abraçava esse excesso de companheirismo, possessão, avidez de sentimento, cuidado, ciúmes, e amor. Dizia-me em ocasiões:

-O melhor amor é aquele que não tem limites. Que dói só com a possibilidade de um dia vir a acabar.


Nunca entendi essa forma de pensamento, amar sem limites, e não importava o que pensasse eu ou outra pessoa, porque ela sabia que nunca ninguém a faria mudar.


Vim a descobrir há pouco tempo, coisa de algumas semanas, que existe uma associação que trabalha a doença do excesso de amor e de paixão. Amar demais já deixou de ser apenas uma decisão controlada, na verdade é uma doença, um surto, e um desvio psicológico que se assemelha ao alcoolismo e toxicodependência.


Tomar a decisão simples de cuidar mais da pessoa que está ao nosso lado em detrimento de nós mesmos, ceder na totalidade, criar uma capa passiva, sentir muito ciúme e tentar controlar a relação, são passos decisivos para perdermos completamente o discernimento do que é certo e errado.


Como essa rapariga que conheci em tempos e revi há pouco tempo, numa ocasião lamentável, existem tantas adolescentes que entregam a alma e desejam o retorno do outro lado e, que por perceberem serem menos amadas do que amam, cometem loucuras em nome da sombra que paira sobre o amor.


Embora nunca tenha entendido, talvez por não ter a mesma capacidade de entrega, acredito que a medida certa do amor e da paixão continua a ser inexistente. O amor é desigual, na minha opinião, e nunca encontramos uma simetria, uma proporção no amor que oferecemos e naquele que recebemos.


O que tem amar demais? É uma pergunta complexa, envolvente, e que depende de cada um, que depende da personalidade, feitio, e maneira de olhar para as coisas simples da relação a dois. Mais que isso, é uma pergunta que coloca em perspectiva como estamos dispostos a viver o momento do amor e da paixão.


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