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Futebol, futebol... ódio à parte

  • Filipe Carmo
  • 15 de set. de 2016
  • 2 min de leitura

Por vezes dou por mim a ter vergonha desta sociedade em que vivemos. Há atitudes que por muito que me esforce não consigo entender... ou melhor, entendo, mas acho altamente estúpidas.


Como por exemplo, ofender, criticar, ou até desejar a morte, a um jogador que marca golo à sua ex-equipa, quando no fundo isso não é menos do que o seu trabalho. É estupidez similar à de um espetador que ofende em praça pública um ator que vê na rua, porque no episódio do dia anterior da novela do horário nobre, este é o vilão da pior espécie.


Neste artigo dedico-me em particular ao jogo desta semana entre o Benfica e o Besiktas, em que a equipa portuguesa passou grande parte da partida a vencer, até que Talisca (jogador que está emprestado pela equipa encarnada) marcou de livre o golo do empate em cima do apito final. Curiosamente, e quase obra do destino, Ronaldo faria o mesmo frente ao Sporting, e também de livre.


Apesar das atitudes pós-jogo dos dois jogadores terem sido diferentes, já que enquanto Ronaldo pediu desculpa por ter marcado e Talisca não só festejou efusivamente como ainda apontou o dedo ao presidente na flash interview, os dois não escaparam a críticas.

Não tardaram a chegar comentários odiosos e ameaças às redes sociais do jogador brasileiro, que incluiram a mulher e filha do mesmo, naquilo que me parece uma tentativa bem conseguida de chegar ao extremo do ridículo. Também Ronaldo foi alvo de criticas, ainda que bem mais leves.


Eu sou fã assumido de futebol. Admito, não com orgulho, que um belo jogo de futebol consegue levar-me ao limiar da loucura, que se reflete pelos palavrões fortes que profiro em frente ao televisor por pensar que sou um ótimo treinador de bancada. No entanto, parece-me puro e evidente que estes atos extremistas que acima referi não são dignos do desporto lindo e frenético que o futebol consegue ser.


Temo de certa forma o futuro negro que prevejo. Pergunto, a vós e a mim próprio, que sociedade é esta, em que é tão fácil repudiar algo ou alguém, e que futuro nos espera com tanta vontade de odiar o que nos rodeia.


Por fim e em jeito de nota conclusiva, façam o favor de não colocar os clubismos acima do futebol. Apoiem, gritem, chorem, aplaudam, porque afinal, foi para isso que o desporto foi criado.



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