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Chapecoense: O dia em que o verde virou luto

  • André Dinis
  • 29 de nov. de 2016
  • 3 min de leitura

Dia triste para o Brasil, dia triste para o mundo.


Hoje escreveu-se mais uma página negra na história do desporto.


O avião da companhia boliviana LAMIA despenhou-se com 81 pessoas a bordo, incluindo a equipa e os dirigentes do Chapecoense, que disputaria a primeira mão da final da Copa Sul-Americana frente ao Club Atlético Nacional da Colômbia. A bordo seguiam ainda jornalistas que iriam fazer a cobertura do jogo. Dos 72 passageiros e 9 tripulantes, 75 morreram e 6 ficaram feridos.


Embora o Chapecoense não fosse, até aos dias hoje, um clube reconhecido a nível mundial, a equipa da cidade de Chapecó estava a realizar uma verdadeira época de sonho. O clube foi fundado em 1973, mas só agora estava a alcançar o topo do futebol brasileiro e sul-americano. Prova disso foi a vitória no campeonato estadual, a boa classificação na Série A do Brasil e agora a final da Copa Sul-Americana (a primeira final continental da sua história).


Neste acidente estiveram envolvidas algumas personalidades conhecidas do futebol português. Uma das vítimas mortais é o treinador da equipa brasileira, Caio Júnior que representou, como futebolista, equipas como o Vitória de Guimarães, Belenenses e Estrela da Amadora.

Quem teve mais sorte foi o guardião brasileiro, emprestado pelo Sporting ao Chapecoense, Marcelo Boeck, que devido ao seu aniversário, pediu dispensa da convocatória da final. O que passará pela cabeça de Boeck num momento como este?


Este caso faz lembrar muitos outros que aconteceram no passado. Todos nós, portugueses, nos lembramos com tristeza, do dia 4 de Maio de 1949. O desastre que matou quase toda a equipa do Torino quando regressavam a casa depois de um particular frente ao Benfica no estádio do Jamor. Infelizmente, o clube nunca conseguiu verdadeiramente recuperar os tempos de glória que vivia antes da tragédia.


Com tudo isto, há que realçar gestos bonitos e muito humanos por parte de todos os clubes e jogadores a nível mundial. De Cristiano Ronaldo e Messi a jogadores de escalões inferiores. Do Real Madrid a equipas secundárias. É humanamente impossível ficar indiferente a um caso destes.

Vários clubes brasileiros e internacionais já demonstraram a sua amizade e solidariedade para com o Chapecoense, oferecendo verbas monetárias e jogadores emprestados cujos salários ficarão a seu próprio cargo.


Não posso deixar de dar grande destaque, neste texto, à espetacular atitude que o Club Atlético Nacional teve perante esta situação. O clube colombiano “pediu” à CONMEBOL para que a Copa Sul-Americana fosse entregue ao Chapecoense.


É maravilhoso ver o mundo do futebol (e não só) unido em prol do reerguer deste clube. Pela primeira vez na minha vida, vi clubes esquecerem cores, hinos, rivalidades e unirem-se num só, como deviam estar sempre, e não só quando coisas destas acontecem.


Devemos todos preservar esta união, protegê-la, tornar o Chapecoense no nosso farol de esperança por um futebol unido, por um desporto melhor. O futebol deixou de ser só futebol, e por isso, devemos vivê-lo com amor, com solidariedade, defender as nossas cores sem que os outros saiam prejudicados, sem guerras e conflitos descabidos.


A nós, resta-nos confortar as famílias dos jogadores, dirigentes, jornalistas e da restante tripulação, assim como todos os sócios e simpatizantes do Chapecoense.

Imaginem o vosso clube, sim, o vosso clube do coração, aquele para o qual vocês pagam quotas e que apesar dos bons ou maus resultados vocês continuam todos os fins de semana na bancada do estádio, sem faltar a um jogo, abalado por uma tragédia destas. Difícil imaginar, não?

Que todas a vítimas deste acidente descansem em paz.



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