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"Mar do Norte"

Portugal é um país lindo. As suas paisagens, a sua história, a sua cultura, a sua gente e sobretudo a sua arte. Portugal é o Quinto Império. E em termos musicais não fugimos da regra, especialmente no oceano do Post-Rock. Com bandas como Then They Flew, Before and After Science e, foco agora, indignu [lat] estamos sem sombra de dúvida muito bem representados por gigantes! Desta vez aplico o termo gigantes não pelo número de seguidores, mas sim pela força e pela autenticidade da sua música. E se há quem mereça o título é a malta por detrás do indignu [lat].


Com já 3 trabalhos na sua discografia e uma série de concertos na sua bagagem, o seu último álbum, Ophelia, apresenta-nos um mundo onde as emoções vagueiam e onde navegamos em nostalgia, alegria, saudade e um turbilhão de pensamentos que nos querem assombrar e libertar. Abrindo com o tema “Mar do Norte”, mostram-nos um som que se liberta das amarras do que estamos habituados a ouvir e pega em influências como Mono dando o seu próprio toque. Num videoclipe dirigido por Omar Nayef podemos visualizar e sentir na pele o potencial da música na sua representação visual. Porém, apenas e só, ao vivo, é que realmente experienciamos o verdadeiro poder da música. É com os arrepios na pele, a emoção transmitida pelos músicos nos instrumentos, o volume e a força que verdadeiramente nos faz sentido aquela frase: Our souls are lost, we must sail north.


Já dizia o velho adágio: “o silêncio vale mais que mil palavras”. Não poderia concordar mais. A magia desta música não se conseguiria alguma limitar por palavras ou por semânticas e compreensões. Não. Só através das notas, da intensidade, dos ritmos, das sonoridades. Uma espécie de linguagem universal que nos une na mesma sala e que certamente me ligou e aproximou da sua música no passado dia 7 de janeiro no Musicbox em Lisboa.


É por essas experiências que se calhar considero a música uma das maiores catarses. Sendo eu próprio músico, compreendo o outro lado. O de querer escrever algo que tenha sentido e ecoe nos ouvidos daqueles que me ouvem tocar. Algo que seja mais para além do habitual vazio de significado e vida que é grande parte da música comercial. Porque para mim a música é para ser vivida. E se for intensa... garanto, os minutos parecem o céu no qual nadamos em gelo rodeado de chamas que nos queimam. Todos os nossos sentidos apitam e todas as nossas células sentem o que a nossa mente vive. Mas para isso temos de nos entregar à música e ao que ela significa. E se calhar, por me ter entregue à música e ao que significa para mim... seja capaz de dizer tanto em tão poucas palavras.


Assim tenho as expectativas em altas para esta banda. Sei que não vão desiludir no futuro e que vão ser bem capazes de sair dos palcos nacionais para palcos estrangeiros ganhando o reconhecimento que tanto merecem. Portanto, sintam a música com o vosso coração e ouçam-na juntamente com o resto do álbum.



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