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La La Land - Então é assim que soa o amor!

O tamanho do título justifica-se perante uma obra tão sublime como é La La Land. O musical que chegou às salas de cinema portuguesas depois de igualar o recorde de 14 nomeações aos Óscares que era detido somente por Eva e Titanic, arrisca-se a merecer ser comparado a grandes clássicos como Singin’ in the rain ou até West Side Story, musicais que marcaram a sua época, tal como La La Land procura marcar a sua.


La La Land utiliza uma história de amor aparentemente simples para a transformar numa obra de arte. O filme junta Mia, uma aspirante a atriz que trabalha no café dos estúdios da Warner Brothers e que por isso é confrontada com o seu sonho diariamente, e Sebastian um jovem pianista que admira Jazz e que sonha com o seu próprio estabelecimento. Ao contrário das grandes histórias de amor, esta não termina com o inicio da mesma, sendo que metafóricamente a felicidade do casal é a parte mais apressada.


Existem ainda outras metáforas discretas ao longo de todo o filme, como o momento romântico que é interrompido pelo telefonema num Iphone com o ecrã partido, um pormenor que não escapa aos mais atentos e que representa os tempos tecnológicos atuais da sociedade em que vivemos; os momentos de cliché que são altamente propositados em que a música se apressa ou atrasa consoante o que acontece em cena; ou as várias referências feitas com inspiração em clássicos do género.


A música preenche o filme, mas nunca de forma exaustiva, o que se justifica pela qualidade da banda sonora original, pensada ao pormenor e bem ao jeito dos clássicos lançados em outros musicais. O selo de qualidade chega com Justin Hurwitz, que já tinha sido responsável pela banda sonora de Whiplash, o musical que chegou aos Óscares em 2016. O que também distingue este musical de tantos outros é a criatividade e originalidade das suas performances, bem como das suas coreografias. Os atores principais são a cereja no topo de um filme espetacular. Ainda que Ryan Gosling tenha um papel ligeiramente mais discreto que o da personagem feminina, acabam por lhe pertencer a grande parte dos momentos de humor que o filme possui. Por outro lado, Emma Stone tem tido um percurso surpreendente, passando de nomeada para a melhor atriz secundária aos Óscares em 2014, para a forte candidata a vencer o prémio de melhor atriz dessa mesma cerimónia já este ano, naquela que é uma uma atuação incrivelmente bem conseguida, especialmente nas cenas em que participa em castings, o que faz dela uma atriz a representar alguém que o quer ser e que frustradamente nunca o consegue.


Para terminar, La La Land consegue que um musical, com uma história romântica que aparenta ter pouco de singular, se torne um dos filmes do ano, e essa é uma proeza difícil de explicar.


Nota Camões: 9,5/10.


Nota: Abaixo fica a banda sonora do filme, que faz parte das 14 nomeações do filme para a cerimónia dos Óscares que se vai realizar no próximo dia 26 de Fevereiro.




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