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A velha questão do Salário Mínimo

Numa sociedade como a nossa, dominada pelo politicamente correto, é quase crime dizer que o aumento exagerado do salário mínimo pode ser prejudicial para os Portugueses.


Nada deixaria um governante mais feliz que aumentar o SM para o valor de 1000 ou 1500 euros, para além de que isso lhe seria bastante bom a nível eleitoral.


Eu pessoalmente acredito que se pensarmos a longo prazo o país perde mais do que ganha ao aumentar o salário mínimo. Para tentar explicar o meu ponto de vista vou tentar fazer um exercício bastante simples e lógico:

Imaginemos o “senhor Zé” que tem uma empresa de vidro no Norte do país, tem 10 trabalhadores a ganhar o salário mínimo. Quando o estado o obriga a pagar mais aos trabalhadores, o “senhor Zé” tem três hipóteses: ou a empresa perde poder de compra na proporção em que os trabalhadores o ganham, ou aumenta o preço do vidro que produz ou então muda-se para um país onde o custo dos trabalhadores seja mais baixo. Sejamos francos na sociedade global em que vivemos facilmente as empresas se mudam para a Ásia ou para África onde a mão-de-obra é francamente mais barata.


Acreditemos que o “senhor Zé” gosta do seu país e que quer ficar cá, assim a solução mais viável é aumentar o preço do vidro que produz.


Agora pensemos no “senhor António” que fabrica janelas e compra o vidro (que ficou mais caro) ao “senhor Zé” e ainda tem de aumentar o salário dos seus trabalhadores, assim o “senhor António” vê-se também ele na obrigação de cobrar mais pelas suas janelas.



Estas janelas sairão mais caras ao “senhor Carlos” um empreiteiro que tem 50 trabalhadores a receber o SM. Imaginem caros leitores o aumento que será de esperar no preço das casas do “senhor Carlos” com o que vai ter de pagar a mais a todos os seus trabalhadores.


O “João”, que também ele ganha o SM, vai comprar uma casa ao “senhor Carlos” e vai pagar mais por ela do que pagaria antes do aumento do SM, assim o aumento do salário do João acaba por se perder, este efeito é idêntico para todos os trabalhadores aumentados na cadeia atrás referida.


Esta lógica é transversal em todos os setores de negócio, da agricultura aos serviços.

Assim e no fim de contas o efeito do aumento do SM perde-se sem que haja um ganho real para a economia.


É preciso ainda realçar que o dinheiro não nasce no momento em que é pago a um trabalhador. O dinheiro circula, logo não é por se dar mais dinheiro a uma pessoa que a sociedade, como um todo, fica mais rica. Até podemos aplicar a lei de Lavoisier nesta situação que diz: “Nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. Cada vez que alguém ganha mais há inevitavelmente alguém que perde dinheiro.


Existem dezenas de estudos de grandes economistas sobre este tema e para citar o próprio ministro das finanças, Mário Centeno: “…ninguém conseguirá contestar que reduzimos o consumo de maçãs quando o seu preço aumenta…”. É evidente que o consumo desce quando o preço sobe, esta regra não se aplica apenas no supermercado ou no centro comercial mas também na contratação de empregados.


Para concluir finalmente é evidente que olhando para o valor do SM o que nos vem imediatamente à cabeça é que ninguém sobrevive com aquele valor. Mas se virmos que uma boa parte das pessoas que ganham o SM são jovens que não têm grandes despesas ou pessoas que complementem o SM com outros rendimentos a coisa muda de figura. Muitos políticos devem ficar satisfeitos sabendo que fizeram algo de positivo pela sociedade ao aumentar o valor do SM, mas as evidências apontam no sentido de que fizeram o contrário. Talvez um dia os políticos deixem o populismo de lado e comecem a debater os temas com a frieza e a imparcialidade que merecem, esperemos por esse dia.


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