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O Benfica está em "crise"

Ainda anteontem, no programa semanal de quarta-feira da rádio da Quinta do Conte “A noite é nossa”, o tema da hipotética crise que o Benfica atravessa, veio a discussão. Como é óbvio, faz todo o sentido elaborar um texto no qual expresse a minha opinião acerca desta crise horrenda que assombra não só o plantel encarnado como toda a sua estrutura e massa associativa.


Como é espectável, um clube da dimensão do Benfica não se pode dar ao luxo de perder dois jogos consecutivos, especialmente quando num se é excluído duma competição interna (quando um dos seus objetivos passa por vencer todas) e no outro diminui-se a distância face ao segundo classificado da liga, neste caso o Futebol Clube do Porto, na corrida pelo título nacional.


Mas este caso será merecedor deste cenário apocalíptico que alguns comentadores e jornalistas têm exposto?

Na realidade, nem só os comentadores e jornalistas têm culpa no cartório. Logo após a derrota frente ao Vitória de Setúbal nesta jornada, alguns adeptos de ocasião (aqueles míticos adeptos que só apoiam o clube nas conquistas) criaram um dos mais lastimáveis e deploráveis episódios que tenho memória de ter assistido no futebol português. Este grupo de “adeptos” esperou o regresso do autocarro encarnado ao centro de estágio do Seixal para contestarem os jogadores e a equipa técnica, criando um enorme aparato, capaz de fazer inveja aos produtores da série Walking Dead.


O professor Rui Vitória, apesar de alguns erros técnicos, tem feito uma excelente e sábia gestão dos recursos que tem, muito à imagem do que demonstrou o ano passado. As lesões abundam no plantel, algumas pedras fundamentais no tabuleiro de jogo do Benfica têm sofrido com lesões, Fejsa, Raúl Jiménez, Grimaldo, Eliseu, Salvio, Mitroglou, Jonas, André Horta, a lista continua…

Isto impossibilita a criação de rotinas de jogo e obriga alguns jogadores a desempenharem funções no campo que não são as suas (ou que não deveriam ser). As lesões ligadas à sobrecarga de jogos atraem um maior cansaço, o que prejudica diretamente a qualidade de jogo do Benfica.

O maior exemplo disso é Pizzi, o “pulmão” da equipa de Rui Vitória, que joga tanto no meio como nas alas, saiu a coxear da última partida devido a desgaste muscular.


É certo que estas situações todas acumuladas causam algum descontentamento, não só dos adeptos que não gostam de ver a sua equipa perder, mas também da estrutura que não gosta de ver os seus interesses lesados.

Há que fazer uma análise interna, perceber o que está mal e retificar, continuar a apostar no que está bem, perceber o que realmente se passa no departamento médico, os casos não são isolados, as lesões são em massa, constantes e, sobretudo e mais importante, prejudiciais aos objetivos do Benfica.


A solução não passa por envergar em caminhos desgastados e ridículos que outros clubes já seguiram, apontando o dedo a tudo e a todos menos a si próprios. Visam a comissão de arbitragem e os próprios árbitros, Pedro Proença e a Liga, os fundos de jogadores, a UEFA, a FIFA, os rivais, e continuam sem justificar as acusações dentro das quatro linhas.

Penso que, para se declarar uma crise num clube, é preciso bem mais que duas derrotas consecutivas.

Os adeptos (e agora não só os do Benfica) é que criam estas famosas crises. Quando se ganha, assistimos a um festival de fanfarronice e bazófia nas redes sociais, quando não se ganha, quando as exibições são pobres, a propagação do “calimerismo” é brutal.


Uma coisa é certa, apesar de todas estas adversidades, o Benfica, nesta altura da época, encontra-se no primeiro lugar do campeonato, vai disputar a meia-final da Taça de Portugal e tem encontro marcado com o Borussia de Dortmund nos oitavos de final da Liga dos Campeões, para além de já ter conquistado a Supertaça Cândido de Oliveira esta época. Se por isto entendermos que o clube se encontra em crise, então sim, Rui Vitória e o resto da equipa técnica encarnada têm um trabalho difícil nas mãos.

Esperemos para ver se jogadores como Pizzi, Nélson Semedo, Lindelöf ou Jonas são suficientes para resolver a situação. Em último caso, Luís Filipe Vieira terá mesmo de contratar Tom Cruise para solucionar esta missão impossível.


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