O que vai mal no Sporting
- Diogo Sousa
- 6 de fev. de 2017
- 3 min de leitura
Dezanove jornadas após o início do campeonato nacional, a equipa do Sporting Clube de Portugal encontra-se no terceiro lugar da tabela classificativa a dez pontos do primeiro classificado e afastada das restantes competições. Muito se tem falado da “crise” que o Sporting atravessa e de quem será a culpa da posição em que a equipa se encontra. Na minha opinião, e como sportinguista, não existe um único responsável pela actual situação, mas sim um conjunto de factores que contribuem para o que tem acontecido.
Em primeiro lugar, a escolha do plantel para esta época. Jogadores como Petrovic, Meli, Elias, Markovic, André, Castaignos, Douglas ou Bruno Paulista provaram ter sido apostas falhadas para uma equipa que se assume candidata a todas as competições internas. Se uns pouco ou nada jogaram, outros nas poucas oportunidades que tiveram mostraram que não estavam à altura para fazer parte do plantel e competir ao mais alto nível.
Em segundo lugar, Jorge Jesus. Campeão nacional por três vezes e após uma época em que quase levou o Sporting à conquista do campeonato (no qual chegou a ter 7 pontos de vantagem para o segundo classificado) e a praticar futebol de alto nível, esta época tem tomado algumas decisões dentro e fora de campo que são no mínimo questionáveis. E não precisamos de ir muito longe, analisemos o último jogo contra o FC Porto. Sem colocar em causa a qualidade do jogador, que já demonstrou ser elevada, até que ponto a escolha de Matheus Pereira, que tinha apenas um minuto jogado no campeonato, para um jogo de extrema importância e exigência como este, terá sido acertada? Se João Palhinha era a única opção para substituir William Carvalho e Jesus correu o risco de o colocar num jogo como este, por quê atribuir a culpa da derrota ao jogador? A verdade é que o treinador do Sporting parece continuar a acusar a pressão dos jogos decisivos e a não assumir a sua quota-parte de responsabilidades.
Em terceiro lugar, os jogadores. Se muitas vezes as escolhas do treinador não são as melhores, a verdade é que já assistimos em alguns jogos a uma grande falta de atitude da equipa, que não mostrou garra e espírito de sacrifício para dar a volta às dificuldades. Por muito adversa que seja a situação, os jogadores têm de lutar e mostrar que merecem vestir a camisola do Sporting Clube de Portugal.
Em quarto lugar, Bruno de Carvalho. Já o elogiei e defendi muitas vezes por ter rejuvenescido o Sporting Clube de Portugal e despertado a paixão e o respeito por uma instituição de referência em Portugal, com 110 anos de história, para além da excelente reestruturação financeira que efectuou. No entanto, tenho agora de o criticar por algumas atitudes. As constantes polémicas com os rivais e a comunicação social, não contribuem em nada para o Sporting, que deve preocupar-se primeiro consigo e depois com os outros. É verdade que temos de defender o clube perante quem o ataca, mas primeiro que os adversários está o clube e há problemas urgentes a resolver.
Por último, as arbitragens. E neste ponto não me refiro apenas ao Sporting, mas a todos os clubes, apesar de uns serem mais prejudicados que outros. Semana após semana, assistimos a más decisões que influenciam directamente os resultados dos jogos. Ser árbitro não é fácil, todos sabemos disso. Em fracções de segundo, têm de tomar uma decisão. Mas perante os erros, há que tentar encontrar soluções. O trabalho que as equipas desenvolvem durante meses, não pode ser prejudicado por constantes más decisões.
Mais do que tentar encontrar culpados, devemos analisar os factos e reflectir sobre o que correu menos bem. Como sportinguista é o que procuro fazer. Não são os títulos que me fazem ser do Sporting, mas o facto de sermos um clube diferente, com adeptos especiais, que estão sempre presentes nos bons e nos maus momentos e que merecem que o Sporting volte a ser campeão.

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