Amor é tudo o que precisamos
Sempre gostei de ver novelas. Sempre as encarei como uma forma inteligente e cativante de retratar a sociedade. Ao acompanhar a vida das diferentes personagens, estamos a envolver-nos com elas e a compreendê-las. Os seus problemas passam a preocupar-nos e queremos sempre saber o que vai acontecer com elas. E é no preciso momento em que sentimos empatia com as personagens, que sabemos que a novela é de qualidade. Tanto pode ser uma novela, como um filme ou uma série. Inúmeros fatores podem contribuir para que o espectador se sinta agarrado a esses projetos, nomeadamente o elenco, a banda sonora, os locais onde decorrem as cenas ou a própria história das personagens.
Bem, após algum tempo de espera, fui capaz de encontrar numa novela que contém todos esses critérios que me deixam verdadeiramente cativada. Falo de, Amor Maior, transmitida pela SIC. É uma novela que apela muito ao fator humano e às relações entre pessoas. Desde o início que uma das primeiras características da novela que me cativou, e que nunca antes o tinha visto, são os momentos entre cenas em que são mostradas sequências de imagens onde aparecem casais demonstrando o amor entre eles, amigos(as) que se abraçam transmitindo amor amigável e pormenores que caracterizam os locais onde são filmadas as cenas. É impossível ficar indiferente à beleza das ruas de Alfama, onde são passadas diversas cenas da novela.
Quando comecei a mergulhar na realidade da novela, jamais foi possível distanciar-me da atmosfera que envolvia cada personagem. Desde o sentimento de empatia para com Joel Correia, papel interpretado por Júlio César, que sofria de violência doméstica por parte do filho Nuno Correia, personagem interpretada por Hugo Tavares, até à verdadeira gargalhada proporcionada pela Miss Hashtag, Gisela Torres, papel interpretado por Cecília Henriques.
Também existem momentos que geram sentimentos como o ódio proporcionados pelas maldades de Francisca, interpretada por Inês Castel-Branco, aquando da sua vingança para com a família da personagem principal, Clara Arnauth, personagem interpretada por Sara Matos.
São retratados na novela diversos problemas que preocupam a sociedade, nomeadamente doenças como o cancro da mama, a esquizofrenia, a eutanásia, os acidentes vasculares cerebrais, entre outros. É importante que estes problemas sejam retratados pois servem de alerta para a população. Muitas vezes, é através do que é absorvido através dos programas televisivos que as pessoas tomam iniciativas que podem fazer toda a diferença.
Por último, o genérico que também é importante. Há muito que um genérico não se enquadrava tão bem consoante o contexto da novela. A música, Amor Maior de Paulo Gonzo e Raquel Tavares, é adequada e, falo por opinião, é o exemplo de boa música portuguesa. A música é acompanhada por uma sequência de imagens que, mais uma vez, promove as relações entre as pessoas, bem como o amor, a amizade, o amor de pais, o amor pelos animais. Daí o título da novela se adequar a tudo o que esta promove.
Esta novela cativou-me desde o início e continua a cativar os portugueses e isso só pode ser vantajoso. É preciso mais amor entre as pessoas, mais paz em todo o mundo. Existem fatores que podem transmitir esses valores e as novelas são uma boa forma, pois chegam mais eficazmente às pessoas e sensibilizam-nas.
