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Pizzi – Falso génio

Parece um pouco hipócrita trazer este artigo num momento em que o Benfica atravessa uma fase menos boa e ter ficado calado enquanto as coisas estavam bem. Contudo, era impossível continuar calado enquanto vejo a comunicação social atribuir o título de jogador genial a um jogador que, na verdade, está longe disso. Não venho atribuir as culpas ao Pizzi pela decadência do futebol encarnado, isto porque um jogador não pode ser a único culpado numa equipa que joga sem garra. Com este texto, venho simplesmente dar a minha opinião que diverge da partilhada pela comunicação social e a maioria dos benfiquistas.


Desde a época passada que o Pizzi é aclamado como um dos melhores jogadores do Benfica, mas será verdade? Não, não posso concordar. Pizzi começou a ganhar tal estatuto quando Gonçalo Guedes perdeu a forma, no final da primeira volta da época 2015/2016. Até lá, não conseguia um lugar em nenhuma das alas, que é a sua posição base, nem no meio-campo, apesar de toda a confusão em torno de quem deveria jogar até ao aparecimento de Renato Sanches. Quando conquistou o lugar, marcou um número considerável de golos que permitiram triunfos importantes, tal e qual como esta época, que lhe valeu tal estatuto. Ainda assim, vamos considerar um jogador genial pelos golos marcados e ignorar todas as deficiências no resto do jogo jogado?


Golos são importantes, sem dúvida, mas o futebol não se resume a marcar golos. O futebol é marcado por zonas e tempos, algo que nem todos os jogadores têm capacidade de entender, sendo o Pizzi um deles. Apesar da posição ocupada atualmente não ser a sua posição base, a verdade é que o camisola 21 já jogou a box-box um número considerável de vezes, tendo ele sido o substituto escolhido por Jesus para ocupar a vaga deixada por Enzo, quando este se transferiu para o Valência. Ainda assim, é capaz de parar a fluidez de jogo de uma equipa inteira.


A posição de 8 tem básicos tais como: garantir a pressão no meio campo e a construção de jogo. Muitas vezes, vemos o Benfica trocar a bola atrás do meio campo durante algum tempo antes de conseguir espaço para criar uma investida. Não por falta de desmarcações mas porque ninguém vem assumir a criação do jogo, tendo que, também, reconhecer o mérito do processo defensivo dos adversários. Mas passo a explicar de outra forma:


Para os mais atentos, veremos que André Almeida e Nelson Semedo sobem até à linha do meio campo, Fesja recua para entre os centrais, sendo que Lindelof e Luisão abrem o jogo, ficando um 3-3-4. A partir daqui começa a deficiência da equipa. Pizzi não vem buscar a bola e não cria o processo necessário, obrigando muitas vezes a que os laterais baixem ou até seja um dos centrais a levar jogo, como vemos Lindelof fazer regularmente. Muitas vezes, é o próprio Jonas a descer ainda mais do que o costume e , quando não o faz, nota-se as dificuldades a chegar a área contrária.


Mesmo quando participa na construção de jogo, a quantidade de passes falhados é enorme. É notória, também. E isso desde sempre, não desde que veio a desculpa do cansaço acumulado.


Sempre que tenta passar a bola para a frente, resulta em contra-ataques perigosos, dado que as falhas são constantes. Isto resulta em que a maioria dos passes certos do Pizzi sejam bolas jogadas para trás. A construção de jogo pode obrigar jogar para trás, mas se o médio não assume a tarefa de levar bola para a frente e quando assume, falha imenso, como é que cumpre a sua tarefa em campo jogando constantemente para trás? Isso demonstra falta de confiança e critério.


Outra falha notória do médio na construção de jogo, vê-se pela quantidade de toques que tem de dar numa bola para a passar. Pizzi é capaz de quebrar a fluidez de jogo de uma equipa, não tendo a capacidade de pautar o jogo. Quantas vezes pausa o jogo em situações que há necessidade de acelerar? Sendo que, para completar, depois passa a bola para trás. Quantas vezes o passe pode sair de primeira e o jogador deixa a bola morrer nos seus pés, permitindo a equipa adversária reorganizar?


Se como disse, uma das tarefas de um box-box é garantir a pressão do meio-campo, a verdade é que isso também tem falhado. A passividade como aborda os lances é resolvida graças ao posicionamento e garra de Fesja. Quando joga Samaris, que não é um trinco puro e, como tal, tende a subir mais não garantido o mesmo rigor tático que Fesja, a equipa sofre mais golos e permite mais situações de perigo aos adversários. Isto porque Pizzi não pressiona a perda de bola.


Há ainda que referir as bolas paradas. Sou daqueles que ainda se lembra de quando o Benfica era mortífero nos cantos, com uma enorme quantidade de golos. Infelizmente, isso nunca mais aconteceu, dado que é o português que assume os cantos, batendo as bolas muito bombeadas.


Tal permite que as defesas se posicionem, tenham tempo para cortar a bola e, para quem vai cabecear, tenha de o fazer com muito mais força ou o meta no poste mais distante, não permitindo o típico cabeceamento de cima para baixo, como as leis mandam.


Sei que não é a posição base de Pizzi, e por isso muitas das suas falhas são justificáveis.


Contudo, a imagem que os restantes adeptos benfiquistas e a comunicação social transmitem é que é um jogador de topo, de classe. O número de golos e assistências mostram que é realmente bom a jogar no último terço do campo- quando dá a bola e não tenta rematar fora de área sem ângulo-, mas não tem qualidade para assumir um papel tão importante. Não é o génio que todos fazem parecer, não é um 8. É um médio-ala, bom no 1vs1 e com alguma visão de jogo, que consegue alguns passes por alto que criam desequilíbrios. Passes esses que não pode arriscar na posição que joga.


Com isto não quero dizer que é mau jogador, apenas que não é um génio do futebol português.


Sejam livres de comentar, isto é futebol. Temos todos a mania que entendemos alguma coisa.


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