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Pokémon Go: Vício saudável ou segurança comprometida?

Pokemon Go é sem dúvida o assunto mais badalado da última semana. Desde o dia 15 de julho, data de lançamento do jogo em Portugal, é comum encontrarmos miúdos e graúdos na rua vidrados nos seus telemóveis. Até aqui tudo parece normal (tendo em conta a dependência das novas tecnologias nos dias de hoje), não fosse a razão desse olhar fixado nos ecrãs o objetivo principal deste jogo: “apanhá-los todos!”.



Após a leitura da notícia aqui publicada por Filipe Carmo, surgiu-me a ideia de elaborar um pequeno texto (artigo se quiserem) sobre este novo “hábito” que tem, certamente, mudado a vida de muitas pessoas. Peço desde já desculpa pelo atraso em escrever sobre este tema, mas eu próprio já aderi a esta nova moda, atividade que me consome muito tempo...


A ideia de criar um jogo que obrigasse o jogador a sair de casa não é novidade. Vejamos o Geocaching que funciona de forma semelhante ao Pokémon Go, isto é, através de sinal recebido pelo GPS integrado no smartphone. Porém, nenhum outro jogo conseguiu mover multidões de tão diferentes faixas etárias até às ruas para “caçar” pokémons. O aspeto físico não ficou, portanto, esquecido neste jogo aliás, é talvez o mais importante. Podemos considerar que se trata de uma forma de combater dois dos problemas mais comuns na sociedade contemporânea – o sedentarismo e o excesso de peso.


Temos de admitir que, do ponto de vista cultural, o jogo está muito bem pensado. As pokestops estão colocados, na sua maioria, em locais de passagem obrigatória e/ou turística, contribuindo para que mesmo os sítios onde passamos todos os dias não voltem a ser banais. Em qualquer que seja o país, o Pokémon Go passou a ser uma ferramenta útil para que não nos esqueçamos dos pontos turísticos. O próprio convívio associado a esta prática faz bastante sentido e permite aos jogadores não só discutir ideias associadas ao jogo, mas também fazer novas amizades.



Por outro lado, “nem tudo é um mar de rosas” (não, não estou a falar dos Lure Modules). São diversos os perigos associados à aplicação, existindo já alguns crimes e incidentes registados. A própria Polícia de Segurança Pública (PSP) fez um apelo em género de brincadeira no seu facebook oficial, lembrando alguns cuidados de segurança. Andar sozinho, principalmente em locais pouco frequentados, a apanhar pokémons não é, de todo, aconselhável. Numa altura em que as pessoas estão cada vez mais dependentes das novas tecnologias, o Pokémon Go só veio piorar. Os convívios entre amigos nas ruas e nos cafés mudaram por completo o seu padrão, deixando-se de parte as conversas ditas “comuns” entre jovens, passando-se então a ter conversas de cabeça debruçada sobre os ecrãs falando à cerca dos pequenos monstros virtuais.


É certo que o jogo realiza um sonho de muitas crianças no passado – ser um caçador de pokémons – porém, este ainda se encontra muito longe daquilo que é desejado pelos jogadores. Entre as diversas falhas e necessidades apontadas pelos próprios encontra-se o pedido de um sistema de batalhas entre os jogadores, bem como de trocas.


Desde o lançamento de Pokémon Go que foram surgindo cada vez mais serviços a este associados. Entre eles podemos destacar os serviços de táxi para apanhar pokémons, pessoas a oferecerem-se para fazer chocar os ovos, seguros para os “caçadores” (lançado pela seguradora Tranquilidade), entre outros. Estaremos perante o surgimento das profissões do futuro? Ou será este mais um exagero desta nova “febre”?



Fazendo um balanço entre os aspetos positivos e os negativos e respondendo à pergunta apresentada no titulo, concluo que Pokémon Go tem tudo para fazer vibrar os fanáticos pela série. O jogo não descarta alguns cuidados e prevenções, principalmente se estivermos a falar do público mais jovem. No geral, o conceito do jogo é bastante engraçado, assumindo-se assim como uma atividade que, praticada de forma correta e segundo os padrões que os criadores traçaram, dará imensas horas de diversão.


Camões teria a sua Pokédex cheia de pokémons aquáticos, uma vez que não se fartaria de navegar em bravos mares para “apanhá-los todos”.


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